O Semeador, A Semente e A Terra

Introdução: o reino de Deus se estabelece em nossa vida por graça, por um projeto que nasce no coração do Pai. Ele é resultado de um milagre de Deus, está muito além do esforço e da religiosidade humana. Deus tomou a iniciativa de trazer o seu Reino a esse mundo, e por isso enviou o seu Filho Jesus, a fim de que os valores celestiais fossem implantados em nós.

Falando sobre esse tema, Jesus propõe uma parábola que explica a nossa entrada no Reino e o nosso crescimento espiritual. Para uma compreensão melhor desse assunto, faremos cinco considerações.

1. A iniciativa de querer o reino e receber a semente – a primeira consideração diz respeito ao nosso desejo de recebermos o Reino em nossas vidas. Tudo começa numa semeadura. Deus é o semeador, Jesus é a semente, mas se a semente não encontrar uma terra que a receba, nada acontecerá. Portanto, é fundamental que Deus encontre em nós o anseio por sua vida que está na semente chamada Jesus que graciosamente é implantada em nós.

2. É sustentada pela fé – em segundo lugar temos que compreender que a nossa vida no Reino se estabelece pela fé. Veja que no verso 27, Jesus ensina que depois da semeadura a semente germina e cresce sem que se saiba como. É uma questão de confiança, de entrega, de convicção. Mesmo sem saber dizer como virá, existe a certeza de que o resultado virá. A certeza é tão grande que Jesus diz que depois da semente lançada na terra, o homem dorme.

3. Tenho que cuidar da terra – em terceiro lugar, Jesus declara no verso 28 que “a terra por si mesma frutifica”. Na semente estão os valores do reino, ela contém a qualidade da vida de Deus. Todavia, ao dizer que a terra por si mesma frutifica, Jesus enfatiza a importância da terra nessa relação. Ele é a semente que o Pai semeou, e nós somos a terra.

Porém, se a terra não for bem cuidada a combinação terra-semente não dará certo. Temos a garantia da elevada qualidade da semente, e isso deve nos desafiar a cuidarmos da terra, retirando dela as impurezas que podem comprometer a semeadura de Deus. O pecado, os medos, as amarguras, a incredulidade, a falta de perdão, e tantas outras impurezas que não permitem que a semente germine e cresça, devem ser arrancadas da nossa alma.

4. Tenho que me submeter a um processo – em quarto lugar, analise o que Jesus diz no verso 28: “A terra por si mesma frutifica, primeiro a erva, depois a espiga, e, por fim, o grão cheio da espiga”. Perceba que Jesus está falando de um processo (primeiro a erva, depois a espiga, por fim o grão). As coisas não acontecem todas de uma vez, elas vêm por etapas.

Temos que ter paciência para percorrer esse caminho. Não podemos pular etapas, todas são importantes. Mesmo aquelas com as quais nos decepcionamos, mesmo quando não entendemos as circunstâncias que nos envolvem, mesmo quando nos sentimos injustiçados. Em todo tempo temos que estar conscientes de que nada acontece por acaso, mas tudo faz parte de um processo que visa desenvolver a vida de Deus em nós.

5. Existe uma meta – em quinto lugar, entendemos que esse processo deve nos levar a atingir uma meta. Repare que no verso 29, Jesus faz menção à maturidade do fruto, ou seja, o objetivo é a maturidade, é o fruto perfeito para o celeiro celestial. É a vida de Deus que absorve a nossa vida e glorifica ao Pai. Agora, evidentemente, temos que compreender que a maturidade não vem de graça. Ela é o resultado da nossa submissão ao processo.

A maturidade faz parte da nossa entrega, da dedicação de quem sabe que está trilhando um caminho e se dispõe a pagar o preço a fim de cruzar a linha final. O amadurecimento está intimamente ligado ao nosso quebrantamento, à nossa rendição. Os que têm esse entendimento não se recusam a se submeter, pois estão conscientes de que o preço que se paga é muito inferior ao benefício que será alcançado.

No amor de Jesus,

Laerte Cardoso

Marcos 4:26-29