domingo, setembro 05, 2010

Equívocos de Um Rei

Introdução: nessa semana, veremos um pouco da história de Saul, o primeiro rei de Israel. Ele foi um homem impulsivo e precipitado, o que o levou a se equivocar e os seus equívocos acabaram lhe custando o reino. Certa ocasião, antes de uma batalha contra os filisteus, achando que o profeta Samuel não chegaria a tempo de oferecer o holocausto a Deus a fim de alcançar a benevolência do Senhor, Saul agiu desastrosamente. A sua ação manifestou uma série de erros que veremos nesse estudo. Desde já rogamos ao Deus Todo-Poderoso que nos livre desses enganos da alma e que permaneçamos no centro da sua vontade.

1. Fez o que não devia – em primeiro lugar, como Samuel não chegou no tempo que Saul imaginava, ele mandou preparar o sacrifício para oferecê-lo a Deus. Porém, Saul passa por cima dos preceitos da Palavra de Deus, pois ele era rei, mas não era sacerdote nem profeta para oferecer o holocausto. O reino de Deus é organizado, as hierarquias devem ser respeitadas.

Muitas pessoas não compreendem isso, dizem que somos todos iguais e que Deus não faz acepção de pessoas. Certamente, Deus não faz acepção de pessoas, mas isso não quer dizer que todos fazem as mesmas coisas ao mesmo tempo. Dons, talentos e funções são distribuídos por Deus e quando nos sujeitamos a isso o resultado será bom. Portanto, devemos saber quais são as nossas atribuições a fim de fazermos aquilo que nos compete, seja na vida espiritual ou na vida cotidiana, no casamento, na família ou na vida profissional.

2. Lançou sua culpa sobre os outros – em segundo lugar, quando interrogado por Samuel, Saul disse que fez o que fez porque Samuel não chegara no tempo combinado. Ou seja, ele lança a responsabilidade do seu desatino sobre o profeta. Essa é uma situação muito comum. Queremos, muitas vezes, justificar os nossos erros argumentando que eles são resultados das ações de outras pessoas.

Para o nosso crescimento espiritual, é básico analisarmos as situações que enfrentamos nessa vida, a partir das nossas atitudes. Porém, na maioria das vezes, olhamos mais para as ações dos outros do que para as nossas, o que nos leva a lançar a responsabilidade das nossas atitudes sobre os outros. Devemos responder por nossas ações e não pelas atitudes dos outros. O que os outros fazem, deve ficar sob o julgamento de Deus.

3. Valorizou o inimigo – em terceiro lugar, Saul dá mais crédito ao inimigo do que ao próprio Deus. Ele diz que foi obrigado a fazer o que fez, porque o adversário já estava reunido em Micmás. Veja que a ação do inimigo é que fez com que ele oferecesse o holocausto. Não foi o princípio da Palavra de Deus, mas o medo do adversário.

Também sob esse aspecto, a ação de Saul é desastrosa, pois ela valoriza o inimigo e desmerece o poder de Deus. O que Saul fez deu a entender que Deus não tinha compromisso com o seu povo, e somente o sacrifício oferecido ao Senhor é que poderia mover a sua mão. Muitas pessoas se comportam como se o diabo tivesse mais desejo em destruí-las do que Deus em preservá-las. Entretanto, o amor de Deus por nós é infinitamente superior ao ódio de satanás. Deus nos ama muito mais do que o diabo nos odeia, não porque o inimigo seja bonzinho, mas porque a capacidade de Deus em amar é maior.

4. Cedeu diante das circunstâncias – em quarto lugar, no verso 12, Saul fala abertamente que foi forçado pelas circunstâncias a agir. Essa confissão é muito triste. Numa tentativa extrema de querer se justificar, Saul reconhece que as circunstâncias tiveram mais poder sobre ele do que a vontade de Deus. A pressão sob a qual estava falou mais alto do que a voz do Senhor

Não podemos nos iludir e achar que a nossa vida com Deus não será testada. Muitos dos testes pelos quais passaremos estarão relacionados com as pressões que a vida exerce sobre nós. Se não soubermos suportar as pressões, sairemos dos princípios de Deus, negando a nossa fé. Também não podemos nos esquecer que as circunstâncias, como sugere o nome, são situações passageiras. Durante um tempo podem até ser doloridas, mas certamente vão passar, e aqueles que se mantiverem fiéis serão honrados pelo Senhor.

Conclusão: todos os argumentos de Saul caíram por terra quando o profeta Samuel chegou. Conforme eles haviam combinado, assim foi. O profeta não se atrasou, pelo contrário, chegou dentro do prazo combinado para apresentar o holocausto ao Senhor. Na verdade, a alma perturbada e precipitada de Saul o levou a agir como não devia, e isso lhe custou muito caro.


No amor de Jesus,

Laerte Cardoso

1 Samuel 13:8-14

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