domingo, janeiro 23, 2011

Excelência, Palavra de Ordem

Introdução: Deus falou coisas maravilhosas sobre Davi. A Bíblia o chama de homem segundo o coração de Deus. O próprio Senhor diz que o achou, e que ele faria toda a vontade divina. Desde cedo Davi entendeu a excelência do Senhor. O episódio traumático da morte de Uzá, durante a primeira tentativa de trazer para Jerusalém a arca da aliança, deixou lições preciosas para o resto de sua vida. Naquela ocasião, recém ungido rei, ele estava cheio de paixão, mas não havia ainda compreendido uma verdade básica: se é para Deus, tem que custar um preço, tem que ser feito com excelência.

Davi construiu um carro novo para trazer a arca. Achou que a presença do Senhor poderia ser atraída sem que houvesse ombros santos para sustentá-la. O resultado foi reprovação e morte, e diante do corpo sem vida de um sacerdote sem excelência, uma pergunta queimou no seu coração: “Como trarei a mim a arca do Senhor?” (I Cr 13: 12). Foi a resposta a esta inquietação que fez de Davi um homem especial para Deus. Ao compreender que, se é para o Senhor, não pode ser de qualquer jeito, ele passou a buscar excelência em tudo o que empreendia ou oferecia ao Amado de sua alma.

Mesmo no fim da vida, Davi ainda ansiava por surpreender o coração de Deus e dar a Ele algo que fosse digno de sua grandeza. Decidiu então construir uma casa, um palácio para Deus. E, embora, não lhe tenha sido permitido fazê-lo diretamente, preparou tudo para que seu filho, Salomão, pudesse edificar um templo em Jerusalém que se tornou, não apenas expressão de grandeza para as nações, mas um lugar tão digno que, quando foi consagrado, Deus o encheu com sua glória, ao ponto dos sacerdotes não terem nele espaço para ficar em pé.

Davi em seus últimos dias transmitiu a Salomão a missão e os recursos para edificar o templo, suas palavras revelam os segredos da excelência que fizeram dele “o homem que Deus sempre buscou”. Ao lermos 1 Crônicas 29 podemos compreender o que significa fazer conforme o coração do Senhor:

1. A excelência está em fazermos para Deus melhor do que fazemos para os homens - ao dizer,“porque não é palácio para homem, senão para o Senhor” (vs.1b), Davi expressa a sublimidade de seus propósitos. Aliás, o que o instigou a construir uma casa para o Altíssimo, foi a inquietação do seu coração, que dizia: “Eis que eu estou morando numa casa de cedro, e a arca de Deus dentro de cortinas?” (2 Sm 7:2). Ele não podia admitir que a porção do seu Amado fosse inferior à sua própria porção.

2. A excelência exige preço, esforço, total dedicação - o testemunho público do rei em sua velhice é: “Eu, pois, com todas as minhas forças já tenho preparado para a Casa do meu Deus ouro para as obras de ouro, e prata para as de prata, e cobre para as de cobre, e ferro para as de ferro, e madeira para as de madeira, e pedras sardônicas, e as de engaste, e pedras de ornato, e obra de embutido, e toda sorte de pedras preciosas, e pedras marmóreas em abundância” (vs. 2).

Percebeu o que disse Davi: “Com todas as minhas forças...” Desde o dia em que viu Uzá tombar diante da arca, Davi decidiu que nunca mais construiria carros de boi, que nunca mais investiria em artifícios humanos que substituíssem os ombros, o zelo e o esforço de um verdadeiro sacerdote. Em 1 Crônicas 21:24, ele declara: "Não oferecerei a Deus sacrifício que não me custe alguma coisa” , e podemos constatar que esse princípio foi seguido por ele até o fim de sua vida.

3. A excelência é fruto do amor - só esforço não é suficiente. Sabe por que Davi reservou tantos tesouros para a obra? A resposta é: “porque amo a casa de meu Deus” (3a). Não havia uma lei que o obrigasse. Não eram os homens que cobravam. Não se tratava apenas de obedecer. O que movia Davi era a paixão. Muito antes de Paulo, ele descobriu que o “caminho sobremodo excelente” é o amor (1 Co 12:31). Quem não ama, não segue adiante no caminho da excelência.

4. A excelência é fruto de uma voluntariedade pessoal - Ela não pode ser terceirizada. Veja o que Davi diz: “O ouro e a prata particulares que tenho dou para a casa de meu Deus, afora tudo quanto preparei para o santuário” (3b). Ele entendia que, ainda que outros pudessem participar da mesma visão, ainda que seu filho Salomão fosse o grande executor da obra, nada podia substituir o seu investimento pessoal. Não podemos exigir dos outros aquilo que não estamos dispostos a fazer.

5. A excelência extrapola o conceito do exagero - a excelência nunca acha que algo é muito para Deus. Davi entesourou e ofertou “cem toneladas do mais puro ouro e duzentos e quarenta mil quilos de prata pura para revestir as paredes do santuário” (4). Como a mulher que quebrou o seu vaso de alabastro e derramou sobre Jesus o caríssimo perfume (Mc 14:4), como a viúva que ofertou o seu último sustento, como Paulo que não considerou a própria vida por preciosa, como tantos que pela sua fé têm sido chamados de loucos ou fanáticos, Davi estava resolvido a dar ao Senhor o exagero do seu melhor. Nada menos que isso.

6. A excelência, quando vivida, desafia e inspira outros a moverem-se na mesma dimensão - do alto do seu exemplo, Davi conclama o povo: “Quem, pois, está disposto a encher a sua mão, para oferecer hoje voluntariamente ao Senhor?” (5b). Mais que um apelo, mas, antes de tudo, um modelo. E o resultado foi um mover coletivo de excelência ao Senhor. Toneladas de ouro, prata e tantas riquezas foram trazidas para a construção. E quando a obra acabou, Deus se agradou de tal maneira da casa, que decidiu manifestar nela a sua glória.

Conclusão:
estamos iniciando um novo ano, cheio de desafios, com muito trabalho. Que as realizações de 2011 sejam excelentes, que Deus seja glorificado pelo nosso procedimento, que vidas sejam desafiadas e se movam na direção da excelência, pelo modelo visto em nós. O que é feito com excelência, atrai a glória de Deus!

No amor de Jesus,

Laerte Cardoso

1 Crônicas 22:5

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